A eficiência do ensino se traduz no progresso dos educandos. E tanto isso é verdade que os professores, em todas as épocas, tem-se preocupado com a avaliação do trabalho escolar. Saber o nível de conhecimento das crianças no momento em que estas lhe são entregues, para determinar o quanto progrediram depois de um certo tempo; verificar a quantidade de aprendizagem e o modo como ela se realiza, para dosar e distribuir os trabalhos de aula; conhecer os pontos fortes e fracos dos educando, para dar a cada um o auxílio de que individualmente necessita - são algumas das muitas razões por que a avaliação se tem constituído um guia indispensável ao professor.
Embora a reconheçamos não se tratar de um assunto novo, mas tão antigo quanto a educação, a atualidade do problema de avaliação está na enfase do trabalho escolar - que hoje difere bastante de como era há alguns anos passados.
Durante muito tempo o julgamento do professor foi o único critério segundo o qual se avaliavam os educandos - e o professor tinha como principal preocupação verificar o que os mesmos aprenderam em face da matéria ensinada. Isso porque a maior preocupação do currículo escolar consistia na aquisição de conhecimentos e habilidades, por parte das crianaças - consequentemente, a avaliação visava apenas ao desenvolviemtno do aspecto intelectual infantil.
A escola contemporanea, entretanto, não visa apenas instruir, dar aos alunos conhecimentos; mas tem como principal objetivo o crescimento e desenvolvimento de cada educando em particular, de modo que este se realize de acordo com suas possibiidades. Para isso, desperta-lhe o interesse, gosto e estima por coisas desejáveis, formando atitudes que contribuam para o seu ajustamento emocional e pessoal paralelamente ao desenvolvimento intelectual. A preocupação do professor é a criança toda, não apenas suas habilidades intelectuais - por isso fala-se em avaliação e não medida de aspectos isolados.
Assim. dizemos que o uso moderno dos instrumentos de medida e avaliação educacionais constitui apenas o aperfeiçoamento de um processo antigo, já empregado pelos professores desde muito tempo.
Superado o critério de julgamento subjetivo do professor, surgiu nos meios educacionais um movimento no sentido da utilização de medidas mais objetivas e foi quando os testes passaram a ser empregados em larga escala. Tanto assim que hoje os testes constituem um instrumento de aplicação universal nas escolas.
A construção de testes para aferir a capacidade intelectual e os conhecimentos dos educandos assinala um marco importante no estabelecimento de critérios mais objetivos na avaliação do trabalho escolar. Entretanto, quando o uso dos testes já estava assim por dizer incorporado ao trabalho do professor, os limites de sua utilização passaram a ser a preocupação central dos educadores, pois que nem todos os aspectos do ensio poderiam ser submetidos a este tipo de medida. E para citar alguns exemplos: o raciocínio, pensamento crítico, atitudes, etc., são alguns dos tantos aspectos que constituem objetivos educacionais e cuja avaliação estava fora do alcace dos testes.
A segunda fase, então, desse movimento, caracterizou-se pela procura de outras medidas que correspondessem às necessidades atuais do ensino. Surgiram desta forma outros instrumentos, e outros tipos de testes, coma finalidade de medir, tanto possível, tudo que se relacionasse com o progresso dos educando na escola.
Finalmente, e nos últimos anos, introduziu-se o termo avaliação como tendo um conceito mais amplo e incluindo, por assim dizer, os resultadostrabalho, como dos testes e outras medidas já em uso.
Avaliação, no sentido em que usamos aqui, é uma concepção mais ampla. Esta noção inclui verificação do programa escolar e materiais de ensino, aferição do trabalho do professor e dos resultados obtidos pelas crianças individualmente.
Os método de avaliação variam, desde a observação e uso de testes, até as mais elaboradas técnicas de pesqisas.
O presente trabalho como o título já diz, versará sobre Testes, Medida e Avaliação.
Assim sendo, focaremos nossa atenção ao problema dos testes - classificação e uso, analisando com mais profundidade os testes de escolaridade feitos pelo próprio professor, sua construção, interpretação dos resultados, vantagens e limitações. Em seguida descreveremos algumas das medidas mais usadas em educação e a avaliação propriamente dita, tão necessária à compreensão do assunto e indispensável ao trabalho do professor contemporaneo de quem tanto se exige e a quem tão pouco se tem dado.
CONCEITOS FUNDAMENTAIS
DISTINÇÃO DE CONCEITOS
Embora intimamente relacionados e muitas vezes usados como sinônimos, os termos testar, medir e avaliar não devem ser confundidos, justificando-s assim sua distinção.
Em primeiro lugar, note-se que tanto os testes como as noções de medida e de avaliação referem-se à verificação do trabalho escolar, porém, com uma a amplitude de significação diferente.
1. O QUE É TESTAR
Testar quer dizer verificar alguma coisa através de situações previamente arranjadas, as quais são chamadas testes. O teste é um meio, ou conjunto de meios, que serve para determinar as qualidades e traços específicos da coisa ou fenômeno que esta sendo objeto de observação. Por exemplo: faz-se um teste para estabelecer a eficiência de um motor, o funcionamento de uma máquina, ou a resistência de um determinado material, assim como se aplica um teste de Aritmética, para diagnosticar o nível de conhecimento que um educando ou uma turma de alunos tem sobre esta matéria. Fala-se em bateria de testes quando um conjunto de provas é usado com o objetivo de determinar o conhecimento ou capacidade de um indivíduo, ou grupo de indivíduos , em relação a várias matérias ou aspectos da personalidade.
Através dos testes, nós medimos o rendimento de uma capacidade, mas não a capacidade em si.
Os testes são, pois, intrumentos de medida; não tem um fim em si mesmo, mas servem para medir ou investigar aspectos das coisas existentes. Além disso, constituem uma das formas de medidas com que investigamos as situações e fonômenos, mas não são as únicas. Se é verdade que todo o teste é uma medida, nem todas as medidas se apresentam sob a forma de testes.
2. O QUE É MEDIR?
A medida tem um conceito mais amplo, portanto, incluindo outros instrumentos além dos testes. Medir, a rigor, quer dizer determinar a extensão, as dimensões, a quantidade, o grau ou capacidade de uma coisa ou objeto. É uma atribuição de valores segundo determinadas regras anteriormente estabelecidas. Em qualquer caso, o resultado de uma medida é sempre expresso em números e não por descrição, havendo para isso um sistema de unidades convencionais, de uso mais ou menos universal, que facilita a interpretação dos resultados. Dizer, por exemplo, que uma sala é quadrada, ou que uma bola é redonda, ou mesmo grande, não satisfaz ao aspecto quantitativo da definição de tamanho que queremos expressar. Mas quando usamos unidades de medidas, tais como: metro, quilo, volume, distância, etc. estamos expressando com muito mais exatidão e simplicidade a idéia que qurmos transmitir.
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