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terça-feira, 11 de janeiro de 2011

DISCIPLINA ESCOLAR, UM ELEMENTO DA EDUCAÇÃO

O professor possui autoridade, e não deve usá-la de forma abusiva, mas por ela, apresentar suas idéias, conhecimentos e experiências, sem desrespeitar o conhecimento do grupo, sempre encorajando-os à participação, encarando-os como sujeitos conscientes e responsáveis pelo seu próprio processo de aprendizagem.
O educador deve procurar organizar o ensino a partir de desafios que solicitam a ação dos alunos e as trocas interindividuais com vista à reflexão, à discussão e à busca das soluções conjuntas. O professor favorece o desenvolvimento da iniciativa e da autonomia do educando na medida em que problematiza, orienta e questiona as situações problemas, estimulando-o para a participação do processo de decisão.
Ao mesmo tempo, ele favorece às vivências de atitudes de cooperação entre alunos promovendo o desenvolvimento do senso de justiça em substituição à norma de obediência. Promove, portanto, o fortalecimento da vivência de relações democráticas asseguradas pela participação responsável e comprometidas do grupo e pelo desenvolvimento do respeito mútuo entre os alunos e entre o educador e o grupo que coordena, como podemos constatar no diálogo de (FREIRE e SHOR), "o educador deve estabelecer uma relação dialógica com seu aluno e abrir espaços livres para que participe, pois é impossível ensinar participação sem participação".
Entende-se, portanto, que para definir disciplina na escola, é necessário considerar uma série de questões sociais atuais e rever o comportamento de muitos profissionais da educação.
Comumente se entende por disciplina a palavra definida pelos dicionários, ou seja, regime, ordem imposta, ordem que convém, ao funcionamento regular de uma organização (militar, escolar). Relações de subordinação do aluno ao mestre ou ao instrutor. Observância de preceitos ou normas sob um regulamento. Disciplinar é o ato de sujeitar ou submeter à disciplina: disciplinar uma tropa. Fazer obedecer ou ceder, acomodar, sujeitar, corrigir.
Para a maioria dos educadores, disciplina é entendida como a descrita acima, ou seja, é entendida como adequação do comportamento do aluno àquilo que o professor deseja. Considera-se ainda que, disciplina é o comportamento do aluno previamente A questão que poderia ser colocada é a seguinte: que comportamento deseja o professor?
Segundo NÈRICI (1960, p. 311), “queiramos ou não, o problema da disciplina esperado pelo professor.
é preocupação constante da escola e do professor”.
Freqüentemente o desejo do professor é que o aluno fique quieto, ouça as explicações que tem para dar, faça corretamente os exercícios e pronto. Se as atividades acontecerem, o professor vai sentir-se realizado. Porém, entendo que o caminho não é este, uma vez que desta forma, estaremos definindo uma disciplina centrada fora do sujeito e não a partir do sujeito.
Refletindo sobre a temática no contexto escolar, pensamos que o trabalho na escola não pode realmente efetivar-se sem esforços, dedicação e principalmente Disciplina.
Considera-se que a disciplina na escola, não poderia ser entendida como se tivesse uma finalidade educativa em si mesma, não pode ser puramente exterior, baseado num conjunto de regras e condutas, normas hierárquicas e rígidas.

Mais uma vez, não é algo estranho e contraditório para os profissionais da área educacional explicar o sucesso escolar como produto da ação pedagógica, e o fracasso escolar como produto de outras instâncias que não a escola e a sala de aula? Isto é, se entendermos o fracasso escolar como efeito de algum problema individual e anterior do aluno, não estaremos nos isentando, em certa medida, da responsabilidade sobre nossa ação profissional? E mesmo se assim o fosse, o que estaríamos fazendo nós para alterar esse quadro cumulativo?
Ao eleger o aluno-problema como um empecilho ou obstáculo para o trabalho pedagógico, a categoria docente corre abertamente o risco de cometer um sério equívoco ético, que é o seguinte: não se podem atribuir à clientela escolar a responsabilidade pelas dificuldades e contratempos de nosso trabalho, nossos "acidentes de percurso". Seria o mesmo que o médico supor que o grande obstáculo da medicina atual são as novas doenças, ou o advogado admitir que as pessoas que a ele recorrem apresentam-se como um empecilho para o exercício "puro" de sua profissão.
Na verdade, os tais "alunos-problema" podem ser tomados como ocasião privilegiada para que a ação docente se afirme, e que se possa alcançar uma possível excelência profissional. O que se busca, no caso de um exercício profissional de qualidade, é uma situação-problema, para que se possa, na medida do possível, equacioná-la, suplantá-la  o que se oportuniza a partir das demandas "difíceis" da clientela.
Pois bem, o que fazer, então? Um primeiro passo para reverter essa ordem de coisas talvez seja repensar nossos posicionamentos, rever algumas supostas verdades que, em vez de nos auxiliar, acabam sendo armadilhas que apenas justificam o fracasso escolar, mas não conseguem alterar os rumos e os efeitos do nosso trabalho cotidiano.

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